Radar de Velocidade Média: o Sistema que Pode Transformar a Fiscalização no Brasil

O uso de radares de velocidade média está em fase de testes no Brasil e pode tornar as autuações por excesso de velocidade ainda mais frequentes, afetando muitos motoristas. Atualmente, o país possui mais de 26 mil radares ativos, sendo a grande maioria deles fixos e apenas uma pequena parte portáteis.

Como funciona o radar de velocidade média

Diferentemente dos radares tradicionais — que registram a velocidade do veículo em um único ponto — o radar de velocidade média calcula a velocidade ao longo de um trecho monitorado, que pode ter vários quilômetros de extensão. Para isso, o sistema registra a placa do veículo ao entrar e ao sair do trecho; com base no tempo decorrido e na distância percorrida, calcula-se a velocidade média.

Em um trecho de 6 km, por exemplo, se o motorista leva 3 minutos e 36 segundos para percorrê-lo, a velocidade média será de 100 km/h, dentro do limite. Mas, se esse tempo cair para cerca de 3 minutos, a média pode subir para 120 km/h, configurando infração.

Na BR-040, entre Belo Horizonte e Juiz de Fora, testes realizados pela concessionária da rodovia já identificaram dezenas de veículos circulando acima da velocidade média permitida, que é de 100 km/h. O objetivo do sistema é estimular uma condução mais uniforme e segura, evitando que motoristas reduzam a velocidade apenas quando se aproximam de radares convencionais.

Implicações e necessidade de ajustes legais

Mesmo em testes, o radar de velocidade média ainda não pode multar oficialmente. Para isso, seriam necessários alguns passos:

  • regulamentação pelo Ministério dos Transportes;
  • homologação e certificação pelos órgãos metrológicos competentes;
  • possível alteração no Código de Trânsito Brasileiro, já que o texto atual considera a velocidade medida “no local”, e não em um “trecho”.

Especialistas defendem que incluir essa possibilidade na legislação é essencial para legitimar o uso dos radares de velocidade média. Se forem autorizados, podem ampliar significativamente a eficácia da fiscalização, alcançando motoristas que aceleram entre pontos de radar, prática que hoje permite escapar de multas.

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