A buzina é um dos dispositivos mais antigos dos veículos e tem um propósito simples: alertar e prevenir acidentes. Apesar disso, muitos motoristas usam o recurso como forma de expressão pessoal — irritação, aviso, cumprimento, chamada de passageiro, entre outras. O resultado é um trânsito mais barulhento, mais estressante e menos seguro. Entender quando a buzina não deve ser utilizada é parte essencial da educação no trânsito e contribui diretamente para uma convivência mais respeitosa entre motoristas, ciclistas e pedestres.
O Código de Trânsito Brasileiro estabelece que a buzina só pode ser usada em situações específicas: para advertência com o propósito de evitar acidentes, em locais de pouca visibilidade e para aviso a outros usuários da via. Em outras palavras, a buzina é um instrumento de segurança, não de comunicação social. Quando usada fora dessas situações, caracteriza infração leve, sujeita à multa e pontos na Carteira Nacional de Habilitação.
Assim, não se deve buzinar para demonstrar irritação com outros condutores, chamar alguém na calçada, saudar colegas, apressar a saída de veículos à frente, comemorar eventos ou chamar passageiros. Nesses casos, o uso deixa de ser preventivo e passa apenas a gerar poluição sonora e estresse.
O ruído excessivo provocado pelas buzinas também tem consequências como aumento de estresse urbano, dificuldades de concentração e incômodo em ambientes sensíveis como hospitais e escolas localizadas próximas a vias movimentadas. Em uma sociedade já marcada por excesso de estímulos sonoros, qualquer redução é um ganho coletivo.
Usar a buzina para alertar pedestres, sinalizar uma situação de risco ou indicar a aproximação em locais de visibilidade reduzida é, sem dúvida, correto. Nesses casos, ela cumpre sua função original: a prevenção de acidentes. Mas, fora dessas situações, transforma-se apenas em barulho inútil. Uma forma simples de avaliar é perguntar: “Estou prevenindo um acidente?” Se a resposta for não, provavelmente você está apenas reproduzindo um hábito inadequado.
O trânsito é um espaço compartilhado. Cada atitude individual afeta diretamente a segurança e o bem-estar dos demais. Usar a buzina apenas quando realmente necessária contribui para um ambiente menos agressivo e mais respeitoso. A segurança depende não apenas de leis e equipamentos, mas de escolhas diárias que reforçam uma cultura de responsabilidade e respeito.
