Um estudo inédito sobre acidentes de trânsito em Minas Gerais, abrangendo o período de 2019 até dados recentes de 2025, trouxe à tona um perfil detalhado e preocupante das ocorrências no estado. A pesquisa, fundamental para o direcionamento de ações preventivas mais eficazes, aponta para a alta letalidade em rodovias, a vulnerabilidade de homens jovens e identifica as BRs-262, 040 e 116 como as mais críticas para acidentes envolvendo produtos perigosos.
Um dos alertas mais contundentes do levantamento é a disparidade na gravidade dos acidentes: a probabilidade de uma ocorrência resultar em morte é quase três vezes superior quando acontece em rodovias, em comparação com as vias urbanas. Este dado sublinha a urgência de medidas de segurança intensificadas e fiscalização rigorosa fora dos perímetros citadinos.
O estudo também lança luz sobre quem são as principais vítimas dessa violência no trânsito. Homens, especialmente na faixa etária entre 20 e 29 anos, emergem como o grupo mais recorrente nas estatísticas de fatalidades e ferimentos graves. Essa constatação é crucial para o desenvolvimento de campanhas de conscientização direcionadas, que busquem dialogar com este público sobre comportamentos de risco e a importância da direção defensiva.
No que tange ao transporte de cargas, o levantamento identificou as rodovias federais BR-262, BR-040 e BR-116 como as que concentram a maior incidência de acidentes envolvendo produtos perigosos. Esses eventos não apenas colocam em risco a vida dos condutores, mas também representam uma ameaça significativa ao meio ambiente e às comunidades lindeiras, demandando planos de contingência robustos e fiscalização especializada.
Realizado a partir de uma colaboração entre a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), o estudo tem como objetivo principal fornecer subsídios para que o poder público e a sociedade civil possam elaborar e implementar estratégias mais assertivas na prevenção de acidentes. A análise detalhada dos dados permite identificar padrões, horários de maior incidência, tipos de veículos mais envolvidos e os principais fatores de risco.
Espera-se que as conclusões desta pesquisa impulsionem novas políticas de segurança viária, o reforço da fiscalização em pontos estratégicos e a criação de campanhas educativas mais impactantes, visando uma redução significativa no trágico saldo de vidas perdidas e sequeladas no trânsito mineiro. A conscientização de cada motorista, pedestre e ciclista, aliada a ações governamentais coordenadas, é vista como o caminho para um trânsito mais seguro para todos.
