No dia 8 de agosto, Dia Nacional do Pedestre, somos convidados a refletir sobre a realidade de quem se desloca a pé pelas cidades. A data não é apenas uma celebração, mas um alerta sobre a necessidade de garantir a segurança e a dignidade desses cidadãos. A qualidade da infraestrutura urbana é o alicerce para que as pessoas possam caminhar sem medo, e a falta dela é um problema que coloca vidas em risco diariamente.
A jornada de um pedestre começa, idealmente, nas calçadas. No entanto, a realidade em muitas cidades é de percursos repletos de obstáculos: buracos, desníveis, lixo e a ausência de rampas de acessibilidade. Essa infraestrutura precária não só dificulta a mobilidade de idosos e pessoas com deficiência, como também força os pedestres a se arriscarem nas ruas, em meio ao trânsito de veículos. Uma calçada bem-cuidada, com piso tátil e sem barreiras, não é um luxo, mas um direito fundamental.
A travessia segura de uma via depende diretamente da sinalização. As faixas de pedestres são a demarcação desse espaço de prioridade. Contudo, em muitos locais, elas estão desbotadas ou são inexistentes. Quando a sinalização falha, a comunicação entre motoristas e pedestres se rompe, aumentando exponencialmente o risco de acidentes. Investir na manutenção e na visibilidade dessas faixas é uma medida simples, mas com um impacto vital na redução de atropelamentos.
Em vias de grande movimento, a segurança dos pedestres depende de recursos mais robustos. Semáforos de pedestres organizam o fluxo e garantem tempo suficiente para a travessia, enquanto passarelas oferecem uma solução para cruzar rodovias com segurança total. É crucial que esses recursos sejam bem planejados e mantidos, garantindo iluminação adequada e fácil acesso, para que sejam, de fato, utilizados pela população.
A falta de investimento na infraestrutura para pedestres é um problema que vai além da mobilidade: ela desincentiva uma atividade saudável, aumenta os acidentes e revela a desigualdade social. A segurança não pode ser vista como uma responsabilidade exclusiva do pedestre, mas sim como um compromisso das autoridades com o bem-estar coletivo. É hora de reconhecer que o direito de andar com segurança é a base de uma cidade verdadeiramente humana.