O trânsito, parte essencial da vida moderna, apresenta riscos que se elevam quando envolvem crianças. Os pequenos, devido ao seu desenvolvimento físico e cognitivo incompleto, são um dos grupos mais vulneráveis a acidentes. Garantir sua segurança nas vias públicas, seja como passageiros, pedestres ou ciclistas, é uma responsabilidade compartilhada por pais, educadores, condutores e toda a sociedade. A prevenção é a chave para a construção de um futuro com zero acidentes infantis.
A legislação de trânsito brasileira é clara ao exigir o uso de dispositivos de retenção veicular (DRV) para crianças de até sete anos e meio, com base na idade, peso e altura, e o transporte no banco traseiro até os 10 anos ou até atingirem 1,45 metro de altura. Quando instalados e utilizados corretamente, esses equipamentos podem reduzir significativamente o risco de lesões graves ou morte em caso de colisão. É crucial sempre verificar se os dispositivos, como o Bebê Conforto (até 1 ano), a Cadeirinha (1 a 4 anos) e o Assento de Elevação (4 a 7 anos e meio), possuem o selo de segurança do INMETRO e seguir rigorosamente as instruções de instalação do fabricante. Além disso, as portas traseiras devem estar com as travas de segurança ativadas, e jamais permitir que a criança coloque a cabeça ou os braços para fora do veículo. O Cinto de Segurança do Veículo é obrigatório no banco traseiro para crianças de 7 anos e meio a 10 anos (ou até 1,45m), podendo ser transportadas na frente, com cinto, somente após os 10 anos ou se atingirem a altura mínima.
A segurança da criança fora do carro exige a vigilância e o bom exemplo dos adultos, além da educação sobre as regras de circulação. As crianças devem andar sempre pela calçada, longe do meio-fio, e não devem brincar em ruas, entradas de garagem ou estacionamentos. Crianças menores de 10 anos devem ser sempre acompanhadas por um adulto, segurando-as firmemente pelo pulso. É fundamental ensinar a atravessar a rua somente na faixa de pedestres, olhando para os dois lados repetidamente, e só iniciar a travessia quando tiver certeza de que os veículos pararam. Nunca voltar para buscar objetos caídos durante a travessia. Ao sair do carro ou ônibus, a criança deve sempre desembarcar pelo lado da calçada e aguardar que o veículo se afaste para atravessar, nunca o fazendo por trás, onde o motorista não a enxergará. Para os ciclistas mirins, o uso de capacete é indispensável, e a bicicleta deve ter refletores e buzina. As crianças devem ser orientadas a pedalar à direita dos veículos, no sentido do trânsito.
Mais do que regras, a segurança no trânsito é uma questão de cultura. Os adultos são os principais modelos de comportamento para as crianças. Um pai que respeita o limite de velocidade, usa o cinto e atravessa na faixa está educando seu filho pelo exemplo. A educação para o trânsito deve começar cedo, ensinando as crianças a reconhecerem sinais, cores e a importância de um comportamento prudente. Ao criar cidadãos conscientes e responsáveis, estamos investindo em um trânsito mais humano e seguro para todos. A vida da criança no trânsito é inegociável; a responsabilidade de protegê-la é da sociedade inteira.
