A sirene estridente e as luzes piscantes são um chamado à ação para todos os motoristas. As ambulâncias, com sua missão vital de transportar pacientes em estado de urgência e emergência, possuem prioridade absoluta no trânsito. Essa prioridade não é um privilégio, mas uma necessidade crítica para salvar vidas, e seu respeito é fundamental para o bom funcionamento do sistema de saúde.
No Brasil, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em seu Artigo 29, Inciso VII, é claro ao estabelecer a prioridade de veículos de socorro, como as ambulâncias, quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente. Isso significa que, ao ouvir a sirene e ver as luzes, todos os outros veículos devem ceder passagem, deslocando-se para a direita da via e parando, se necessário, para que a ambulância possa passar livremente.
O tempo é um fator determinante em muitas emergências médicas. Cada minuto, ou até mesmo segundo, pode fazer a diferença entre a vida e a morte, ou entre a recuperação total e sequelas permanentes. Atrasos causados por veículos que não cedem passagem podem ter consequências devastadoras. O quadro clínico de pacientes com infartos, derrames e traumas graves pode se agravar, tornando o tratamento mais difícil e reduzindo as chances de recuperação. Em casos extremos, a falta de prioridade pode resultar na perda de vidas que poderiam ter sido salvas com um atendimento mais ágil. Pacientes que chegam mais tarde e com o quadro agravado podem precisar de internações mais longas e tratamentos mais complexos, sobrecarregando o sistema de saúde. Além disso, a ambulância em serviço de urgência já opera em um cenário de alto estresse. A necessidade de manobrar em meio a veículos que não cedem passagem aumenta o risco de acidentes para a própria equipe e para o paciente transportado.
Ceder a passagem a uma ambulância não é apenas uma questão de cumprimento da lei, mas um ato de cidadania e solidariedade. Para fazê-lo corretamente, siga estas orientações: ao ouvir a sirene, mantenha a calma e olhe pelos retrovisores para identificar a direção da ambulância. Se for possível, sinalize com a seta a sua intenção de ir para a direita ou parar. Mova seu veículo para a faixa mais à direita da via, liberando o caminho para a ambulância. Se estiver em uma via de mão única, mova-se para o lado mais próximo do acostamento. Se a via for estreita ou o trânsito estiver congestionado, pare o veículo para garantir a passagem da ambulância. Nunca utilize a “carona” da ambulância para furar o trânsito; isso é extremamente perigoso e pode atrapalhar o trabalho dos socorristas. Em cruzamentos, se a ambulância estiver se aproximando, dê a preferência, mesmo que o semáforo esteja aberto para você.
A desobediência à prioridade de passagem para veículos de socorro é considerada uma infração gravíssima, conforme o Art. 189 do CTB. As penalidades incluem multa (valor que pode ser multiplicado, dependendo da gravidade e reincidência) e pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Mais importante do que a penalidade, no entanto, é o impacto real que essa desobediência pode ter na vida de outra pessoa.
A prioridade das ambulâncias no trânsito é um pilar da segurança pública e da eficiência do sistema de saúde. É um dever de cada motorista compreender e respeitar essa prioridade, agindo com responsabilidade e empatia. Ao ceder a passagem para uma ambulância, você não está apenas cumprindo a lei; você está contribuindo diretamente para salvar uma vida. A agilidade no socorro é um direito de todos, e o respeito à ambulância é a garantia de que esse direito seja efetivado.